quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Quando o Imaterial se Materializa

A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
(Pv 15.1)



Palavras são recursos que Deus concedeu ao homem a fim de que ele possa se comunicar com o seu semelhante. Nenhum outro ser criado por Deus recebeu este privilégio. Seja de maneira falada, seja de maneira escrita podemos transformar as coisas que passam em nossa mente e em nosso coração em algo concreto. Como a Trindade faz entre si e Deus na criação fez com o homem, podemos igualmente fazer entre nós.

Contudo, infelizmente, temos uma dupla herança, um duplo problema no que diz respeito ao falar, ao uso das palavras: nosso pecado e a tentação que Satanás coloca diante de nós para o mau uso da língua (ou das mãos quando as palavras são escritas). Jesus afirmou que é do coração que procedem os maus desígnios (Mc 7.21) e é de lá que as palavras procedem. Igualmente, Paulo manda os Coríntios se perdoarem a fim de Satanás não alcançasse vantagem sobre eles, pois seus desígnios não deveriam ser ignorados (1 Co 2.10,11) e, sem dúvida, entre outras coisas, o grande inimigo de Deus e dos crentes usa as palavras para semear a discórdia, a ira, a culpa, a destruição.

Esta realidade mencionada não precisa – e não deve – existir na vida do crente. Salvos em Cristo, com o coração habitado pelo Espírito Santo e libertos do poder de Satanás temos totais condições de usar corretamente as palavras que saem da nossa boca. Nossas idéias e sentimentos podem ser materializados sob a tutela desse Espírito que habita em nós (afinal, o termo paracletos usado por Cristo para se referir ao Espírito Santo pode ser traduzido também por “tutor”, aquele que cuida de nossos interesses) e, assim, podemos controlar aquilo que dizemos. Logo, acho inaceitável comentários ligados ao sobrenome (“eu sou da família “x”, por isso eu falo desta maneira”) ou à descendência (“tenho sangue italiano, logo sou muito explosivo e falo sem pensar). Quando me torno cristão eu recebo um novo nome e uma nova linhagem: o nome a linhagem de Cristo, que “quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1 Pe 2.23).

Enfim, palavras podem edificar ou destruir, unir ou desunir, acalmar ou suscitar ódio. Mas, nós cristãos temos o dever de usá-las adequadamente a fim de materializar a paz, o amor a união e a verdade. O que tem passado em seu coração? O que tem passado em sua mente. O que suas palavras têm materializado: ódio ou amor? Ore, submeta-se ao Espírito de Deus a fim de que “não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem” (Ef 4:29).

Rev. Laércio Rios Guimarães

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