Não adianta se Esconder
Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? (Sl 139.7)
Acabo de ler uma notícia um tanto quanto inusitada: um mesmo homem foi multado pelo mesmo policial duas vezes. Nada demais, você pode estar dizendo. Bem, também diria a mesma coisa se não fosse o fato de que isso aconteceu em países diferentes: a primeira multa foi na Inglaterra e a segunda na Nova Zelândia.
Isso me faz refletir na maneira como temos tratado Deus nos dias de hoje. A dicotomia religião x secular, vida na igreja x vida social, público x particular parecem ditar o estilo de vida dos freqüentadores de igreja hoje em dia. Este é o resultado de não se entender perfeitamente os atributos de Deus, e aqui, especificamente, os atributos de onisciência e onipresença e, também, a doutrina da união mística do crente com Cristo.
A título de exemplo, um dia destes esperava minha esposa fazer um compra rápida em um supermercado. Enquanto esperava, um grupo de jovens saia de uma igreja que fica bem ali ao lado. O carro de um deles estava parado em frente ao meu. Eles entraram e a primeira coisa que fizeram foi ligar o som no último volume (a mania que se tem hoje de supor que todas as pessoas devem ou têm que gostar da mesma música que você gosta). Em seguida, pegaram o lixo que estava lá dentro e jogaram na rua. E para terminar, o palavrão corria solto na conversa entre eles. Minha pergunta é simples: o que será que eles fazem quando estão ainda mais longe daquela igreja? Difícil dizer...
Pense bem: se este mundo “é pequeno demais” para se esconder das pessoas (nem é preciso pensar neste caso tão interessante do policial e do motorista, eu mesmo já encontrei pessoas conhecidas em lugares que jamais imaginaria ou pretendia encontrá-las) , como se esconder do Criador do universo, do autor e sustentador de todas as coisas, que antes mesmo de pedirmos já sabe do que precisamos, e que já nos vê ressuscitados e glorificados em Cristo?
Talvez a resposta não esteja neste conceito. Talvez a questão possa ser entendida no fato de que as pessoas dizem crer em Deus, mas o coração delas está totalmente distante dele. E nenhuma mudança exterior pode trazer verdadeiro resultado para a vida ou manter quem quer que seja próximo de Deus e em obediência prazerosa à sua Palavra. Não à toa, se torna cada vez mais comum as notícias de crentes que freqüentam sem o menor problema os bares, as baladas, os prostíbulos, casas de jogos de azar. O que dizer então dos sites pornográficos, dos programas nada edificantes (e não estou me referindo apenas aos filmes de sexo explícito, pois há outros igualmente destruidores de qualquer conceito cristão na mente do crente)?
Nosso dever é relembrar de quem Deus é. Nem eu, nem você podemos nos esconder de Deus. Ela examina cada detalhe da nossa vida e está conosco todos os dias. Você pode não ser multado pelo mesmo policial duas vezes em lugares diferentes e distantes, porém, ainda que suba aos céus, ainda que desça ao mais profundo abismo, sem sombra de dúvida, Deus estará lá. Será que isso é suficiente para que você tenha um comportamento que agrade ao Deus que tudo sabe e tudo vê?
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