quinta-feira, 26 de novembro de 2020

PARE DE TER MEDO DA MORTE

 


PARE DE TER MEDO DA MORTE

“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo...”  Salmo 23:4

 

Nossos últimos dias têm sido de profundo medo e politização sobre a enfermidade e a morte. Posso até entender esse problema no que diz respeito àqueles que não conhecem a Cristo. Entretanto, fico surpreso quando noto o mesmo sentimento entre aqueles que se dizem cristãos. Como devemos, de fato, encarar esse assunto?

Primeiramente quero falar de dados. Nesse momento em que escrevo (dia 26/11/2020) calcula-se que o mundo tem, até o momento, cerca de 1,4 milhões de mortos de Covid (para confirmar, basta acessar qualquer site que trate do assunto. São muitos, não fique preocupado). Enquanto isso, em 2019 os mesmos 1,4 milhões morreram de tuberculose (https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2020/10/14/brasil-nao-deve-alcancar-meta-de-reducao-de-casos-e-mortes-por-tuberculose-diz-oms.ghtml acesso em 26/11/2020) e 2,7 milhões morreram de pneumonia (https://saude.abril.com.br/medicina/o-mapa-da-pneumonia/ acesso em 26/11/2020) – números mundiais. Doenças respiratórias graves e com um detalhe: com tratamento já desenvolvido e ampla possibilidade de cura. Note que não houve a mesma histeria e não se incutiu o sentimento de medo na população. Igrejas não fecharam, e os crentes continuaram se dirigindo até seus locais de adoração sem nenhum temor. 

Não, não sou um irresponsável. Sei que o Covid 19 é um assunto sério e que devemos tomar todos os cuidados necessários para com ele, principalmente zelar pelos mais suscetíveis a contrair a doença. Contudo, números são números! O mundo precisa realmente parar por causa disso? Temos que, realmente, ficar em casa e nos esquecer do corpo vivo de Cristo que é a igreja e da adoração para a qual fomos criados?

Os cristãos devem parar de temer a morte! Como no versículo do Salmo 23 citado acima, o vale da sombra da morte não deve trazer temor ao nosso coração. Por quê?

Introdução

É uma doença com risco de morte, uma grande mudança de vida ou apenas a velhice forçando-o a encarar sua própria mortalidade? Como você está lidando com suas dúvidas acerca da morte? Com medo? Terror? Negação? Mantendo-se ocupado? Provavelmente, como a maioria de nós, você iria preferir não pensar ou falar sobre sua própria morte. Mas ignorá-la não a impedirá de acontecer — a probabilidade de uma pessoa morrer ainda é de 100%. Toda vida nesta terra termina em morte.(Enfrentando a morte com esperança, de David Powlison — série Aconselhamento.)

É natural, até certo ponto, temermos a morte. Ela não deveria existir. Ela é uma mancha sobre a criação boa feita por um Deus essencialmente bom. A morte nos traz a ideia de algo que é quebrado abruptamente. Nós nascemos para ter vida e vive-la profundamente com tudo aquilo que Deus criou para a glória dele e para nossa satisfação.

Mas a morte entrou nesse mundo. Há queda. Há dor. Há sofrimento. Nascemos em dor e partiremos desse mundo caído também em dor. Agora, muitos fatores têm de ser encarados dia após dia: a velhice, os diagnósticos de doenças – muitas delas sem cura -, pandemias como a que estamos vivendo, violência e privações. Sem dúvida, eles trazem apreensão para nosso coração limitado e que, insistentemente, quer ser guiado por aquilo que vê.

Nascer é, agora, um estágio que conduz à morte: E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo (Hebreus 9:27). O que aconteceu a Adão é verdade para todos os homens: E foram todos os dias que Adão viveu novecentos e trinta anos; e morreu (Gênesis 5:5). Ler a história dos descendentes de Adão pode não ser interessante, mas certamente estabelece um fato importante — todo ser vivente é indicado para morrer.

1. Por que tememos a morte?

Podem existir várias razões para temermos a morte. As que cito talvez sejam as principais: Primeiro a dor. Ninguém deseja, em sua normalidade, ter a sensação desagradável da dor. Uma simples picada de agulha leva muitos ao mais absoluto terror. A morte, na maioria dos casos é acompanhada de sofrimento e dor e nós queremos evitá-los. Segundo, para muitos a morte é ter que lidar com a incerteza do que acontece depois dela. Para onde vamos? Tudo acaba ou existe vida depois que fechamos os olhos? Se existe o que acontecerá? Terceiro, nossa consciência. Deus inscreveu a sua lei no coração de todos os homens. A noção ética e moral está marcada em nossas mentes. A morte nos coloca frente-a-frente com nossos erros, pecados e a transgressão da lei. Para os não cristãos eles não podem escapar da consciência dada por Deus de que eles quebraram a lei divina e merecem a justa punição do Senhor. Para nós cristãos há a certeza de que todos nossos delitos foram perdoados em Cristo. Quarto, a morte representa a quebra de relacionamentos. Somos seres relacionais. Como a Trindade Santa – Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo – se relaciona eternamente, nós fomos criados para sermos relacionais. Amamos pessoas. Abraçamos, beijamos, rimos, choramos, compartilhamos alegrias e frustrações. Isso é bom e vem de Deus. A morte quebra, ainda que momentaneamente, essa bênção que nos foi concedida. Finalmente, tememos a morte porque esquecemos – ou não conhecemos mesmo – a soberania de Deus sobre a nossa vida. Por meio desse atributo santo, Deus na eternidade planejou o dia em que deveríamos nascer e o dia em que deveremos morrer. Claro que não é um salvo-conduto para sermos irresponsáveis e para tentarmos a Deus (como Satanás procurou convencer Jesus a fazer ao saltar do pináculo do templo), mas se nossa vida está nas mãos do Senhor, se cada dia trará seu próprio mal, se não podemos acrescentar um segundo ao curso da nossa história e se estamos nas melhores mãos do Universo, por que temer a morte? Não podemos esquecer, jamais, daquele que sabe todas as coisas e que controla tudo para sua glória e para nosso bem.

2. Qual a grande causa da morte?

Para nós cristãos a morte é uma estranha. Ela veio a esse mundo mal por causa da Queda do homem e das consequências que ele trouxe a todo universo, uma vez que ele era o representante de toda raça humana. Deus fez tudo bom, mas o mal e o pecado mancharam a criação e o dom da vida: – o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Doenças, acidentes, assassinatos e qualquer outra causa de morte são fruto do pecado em um mundo que, agora, tem de lidar com seus cardos e abrolhos e com todo desiquilíbrio existentes.

Também como consequência do pecado, nossa rebelião contra Deus nos trouxe o desejo de ter o controle absoluto em nossas mãos e não querer ter dependência dEle. Isso faz de nós, ilusoriamente, soberanos, quando – como já vimos – só um em todo o universo possui essa qualidade. Tentar ter o poder sobre a vida, temendo irracionalmente a morte, é procurar o controle de algo que não está em nosso controle. A morte veio a todos os homens (Rm 5.12).

Satanás é também o causador da morte. O Maligno é chamado de homicida desde o princípio. A Bíblia descreve aqueles que são aprisionados pelo pavor da morte como escravizados por Satanás. Sua especialidade é ser uma parasita da criação, e, também, escravizar e matar. Ele é um assassino (Hb 2:14-15): Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, também Jesus, igualmente, participou dessas coisas, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse todos os que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida.

Nós não sabemos como os seres humanos deixariam este mundo se não tivesse havido o evento cósmico da Queda. Mas como a Queda aconteceu, a separação do corpo e alma através da morte corporal, que é tanto fruto do pecado como julgamento de Deus é uma das certezas da vida. Não devemos ficar surpresos com isso!

3. O que a morte representa para o filho de Deus?

Para os filhos de Deus, aqueles que estão em Cristo, a morte tem outros aspectos.  Ela também nos traz lições para o aqui e agora. Ela é confortadora.

Primeiro ela nos ensina sobre nossa limitação. A morte iguala a todos em sua dor e sofrimento. Ela não escolhe raça, nacionalidade, nível social ou de conhecimento. Não há carro funerário com engate. Tal fato deve nos encher de humildade, empatia e simpatia pelo próximo. Não olharemos para ninguém como se fossemos superiores, mas como iguais em todo sofrimento e lutas, bem como na expectativa certa de que nossos dias estão contados. Em virtude disso devemos aproveitar – biblicamente falando – cada dia da nossa curta vida com as pessoas que amamos, com os amigos, o nosso trabalho, as dádivas concedidas por Deus, no serviço ao próximo e adoração ao Senhor.

Segundo a morte chama os filhos de Deus a andar pela fé. Cada fração de segundo de nossa existência é incerta. Tiago diz: Vocês não passam de neblina que aparece por um instante e logo se dissipa (4.14). Pedro confirma isso com outras palavras: Porque toda a humanidade é como a erva do campo, e toda a sua glória é como a flor da erva. A erva seca, e a flor cai...(1 Pe 1.24).  Assim, vivemos cada dia na expectativa das promessas de Deus e na certeza de que se partirmos estaremos com Cristo: Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Estou cercado pelos dois lados, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. (Filipenses 1:21 e 23).

Terceiro, a morte para os filhos de Deus é a vitória sobre esse mundo. Somos peregrinos e estrangeiros em terra estranha. Esse mundo, em sua presente ordem, é contrário aos valores bíblicos e cristãos. Ele nos odeia. Ele nos oprime. Ele nos persegue. Aliado a isso, nosso pecado que ainda habita em nós e Satanás como todo o seu poder, tentam nos destruir e afastar de Deus. A morte, para os que estão em Cristo, é a liberdade daqui e a certeza de um porvir e depois na presença de Cristo e a expectativa da restauração final de todas as coisas. Jesus enfrentou e venceu a morte por mim e você.  Para aqueles que conhecem Jesus, a morte não tem a palavra final — ela tem a penúltima palavra. A última palavra para o cristão é a ressurreição. A última palavra é vida, porque em sua morte a morte foi destruída e a vida eterna venceu por meio de sua ressurreição. Ele vive! Nós também, que estamos nele, viveremos: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.(João 3:16). Na morte, os filhos de Deus têm suas almas aperfeiçoadas e entram na vida de adoração no céu – eles estão glorificados: Pois aqueles que Deus de antemão conheceu ele também predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. (Romanos 8:29,30). A morte deve ser vista como descanso do pecado, tristeza, aflições, tentações, deserções, irritações, oposições e perseguições: Então ouvi uma voz do céu, dizendo: — Escreva: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor.” — Sim — diz o Espírito —, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham. (Apocalipse 14:13)

4. Como devemos enfrentar a expectativa da morte?

Tomando todos os cuidados para preservar a vida.  Não podemos fazer como os Montanistas no início do cristianismo, que incentivavam os seus seguidores a buscar o martírio. Deus deseja que preservemos a vida com os cuidados necessários: atividade física, médicos, remédios quando prescritos, tratamento, cirurgia, alimentação, sono, etc.

Contudo, não devemos temer a morte a ponto de querer controlar o que não podemos. Nossos dias estão nas mãos de Deus (todos os nossos dias estão escritos no seu livro). Descanse nessa verdade e viva a vida da maneira que ele deseja e com tudo aquilo que Ele, em sua infinita bondade, tem para oferecer.

Tenha a certeza da vida eterna que só pode existir para aqueles que estão em Cristo. Creia que ele venceu a morte e dá a vida eterna a todo que nele crê. Ore a Deus e entregue sua vida a ele e ande em plena comunhão com ele, em dependência dele, em serviço a ele e ao próximo.

Procure conhecer a Escritura, principalmente textos que falem da realidade da bênção da vida futura. Satanás, o homicida irá tentar você dia e noite. Os homens nesse mundo caído tentarão impor o conceito deles, de que tudo o que existe é o aqui e agora. Seu pecado tentará convencê-lo de que a morte é uma inimiga invencível. Creia em Deus: Que o coração de vocês não fique angustiado; vocês creem em Deus, creiam também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu já lhes teria dito. Pois vou preparar um lugar para vocês. E, quando eu for e preparar um lugar, voltarei e os receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, vocês estejam também. (João 14:1-3)

5. E seu eu ficar doente ou tiver que enfrentar a morte?

Prepare-se para isso alimentando-se das promessas de Deus quanto à morte, o céu e a vida eterna – a ressurreição. Nós vivemos por aquilo que não vemos e não por aquilo que vemos. Caso contrário, não estaremos vivendo pela fé.

Ore pedindo força a Deus. Não temos capacidade de enfrentar sozinhos o vale da sombra da morte. Mas com Ele ao nosso lado, não precisaremos temer mal algum.

Saiba qual a realidade daquilo que Deus tem para nós. A morte não é o fim de todas as coisas. Os que creem em Cristo podem ter a certeza da vida eterna.

Confie na soberania de Deus - A morte e a doença não o surpreendem. Ele escreveu todos os nossos dias (Salmo 139.16), então ele está sempre cumprindo os seus bons propósitos por nós e por aqueles que amamos.

Busque a comunhão dos irmãos e o apoio fraternal e espiritual que o Corpo de Cristo dá nos momentos de sofrimento e dor.

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; o teu bordão e o teu cajado me consolam. Salmo 23.4.

Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós Romanos 8.18

6. E se alguém que eu amo muito estiver gravemente enfermo?

Lembre-se que todos vivemos em um mundo mal, no qual o pecado entrou

Lembre-se de que todos nós enfrentaremos a morte

Lembre-se de que nossos filhos são herança do Senhor – Ele os pode pedir de volta

Lembre-se que o envelhecimento e morte fazem parte dessa vida e que aqueles que envelhecem não viverão nessa presente ordem e mundo para sempre, assim como qualquer um de nós.

Pregue a esperança de Cristo e da ressurreição a eles, crendo que Deus pode levá-los a crer.

Ore pela cura – com meios ou sem – mas ore especialmente para salvação e consolo.

Encare como normal as lágrimas, as saudades e a tristeza que envolvem a doença e o luto

Em todos os casos, busque o apoio e auxilio de irmãos maduros na fé e líderes na igreja

"Nunca conheci alguém que fosse tão livre quanto Paulo. É impossível atingi-lo. Se alguém diz: “Vou matar você, Paulo”, ele responde: “Tudo bem! Chegou a hora de ir para o céu”. Se alguém diz: “Vamos deixá-lo viver”, ele retruca: “Tudo bem; o viver é Cristo”. Se alguém diz: “Então vamos espancar você”, ele diz: “Bom, então vou participar dos sofrimentos de Cristo. Recebo de bom grado”.Se alguém diz: “Vamos mandá-lo para a prisão”, não há problema: “Vou converter seus guardas e a maioria dos prisioneiros”. Paulo é inabalável. Como ele ficou assim? Ele sempre voltava ao evangelho. Veja o que ele diz em filipenses 1.12-17:  “Estou na prisão, mas não tem problema. Isso fez com que outros criassem coragem para pregar o evangelho. Posso compartilhar o evangelho aqui onde estou. Todas as coisas promovem o evangelho”. (D. A. CARSON - Livro: As Escrituras dão Testemunho de mim. Pág  136)

Então vi em meu sonho que foram caminhando juntos até avistarem o portão. Vi depois que entre eles e o portão havia um rio,3 sem ponte que levasse até a outra margem. O rio era muito profundo e, diante dele, os peregrinos se viram absolutamente perplexos. Mas os homens que os acompanhavam disseram: — Precisam atravessá-lo. É o único meio de chegar até o portão. (Bunyan, John. O peregrino (Clássicos MC) (Locais do Kindle 3044-3064). Editora Mundo Cristão. Edição do Kindle)

 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Depois de uma longa demora no blogger, segue uma novo artigo. 


Concentração de Evangélicos em Brasília



MANIFESTAÇÃO NÃO DIVULGADA

Esta semana em Brasília ocorreu uma manifestação que teve – segundo os cálculos da polícia militar local – a participação de cerca de 70 mil pessoas. Foi um grande ajuntamento de evangélicos, que externaram o nosso direito de opinião dentro de um país que se considera verdadeiramente democrático. Infelizmente, poucos – ou quase nenhum – meio de comunicação divulgou o ocorrido e quando o fez, apenas mencionou rapidamente. Isto me leva a algumas reflexões importantes para nossa vida diária, em um mundo que é cada vez mais ímpio:

1) Somos chamados a ser luz em um mundo que está em trevas (Mt 5.14): muitos cristãos ainda insistem em defender a ideia de que o mundo pode, por si só, chegar-se a Deus ou, mesmo sem Cristo e sem a Palavra, conseguir fazer a vontade dEle e salvar-se pelas obras que faz. A Bíblia diz que o mundo ama mais as trevas do que a luz e que suas obras são más (Jo 3.19); que o mundo jaz no maligno (1 Jo 5.19) e que fomos resgatados do reino das trevas para o reino da luz (Ef 5.8 e Cl 1.13). Temos, portanto, que ser o referencial para este mundo perdido que precisa saber qual o caminho a ser seguido para viver abundantemente.

2) Não podemos temer deixando de externar nossa opinião (Mt 10.28): Por mais que a agenda de nosso país (e porque não, do mundo) use termos como “retrógados”, “imbecis” e “ignorantes” para se referir aos cristãos como um todo (em algumas situações não tiro a razão deles), não podemos deixar de externar o que pensamos e como a Bíblia é a base de nossa opinião. Estudar as Escrituras e ter uma cosmovisão cristã Reformada (criação, queda e redenção) que envolva toda nossa área de conhecimento é importantíssimo. A agenda do mundo não pode sufocar a voz de Deus presente em sua Palavra.

3) Os ímpios são mais ardilosos em sua luta pelo mal do que os cristãos em sua luta pelo bem (Lc 16.8): Por mais que usem de subterfúgios malignos, por mais ardilosos para a maldade que sejam, ainda assim não podemos fechar os olhos para a realidade que, em muitos casos, somos lentos e inexpressivos com a obra de Deus. Se as trevas estão falando alto é porque, em algum momento, resolvemos nos esconder e abrir de nosso papel de influenciar a sociedade. Ainda hoje, por exemplo, confundimos o trabalho político como a arte de fazer barganhas ou conseguir um ônibus para o acampamento da igreja que nos elegeu, quando seria a oportunidade de estabelecer valores de resgate de toda uma sociedade corrompida.  Não podemos abrir mão de lutar pelo melhor e por termos uma voz que seja ouvida de maneira inteligente e amorosa: gritos não são argumentos.

4) Não há descanso para quem está em guerra (1Tm 6.12): Achar que a vitória em uma batalha é o mesmo que vencer a guerra leva à eminente derrota. Pesquisas mostram que o número de desistências ou repetências na faculdade são maiores no primeiro ano. Estudiosos do assunto afirmam que isso acontece devido ao relaxamento natural, após um longo tempo de estudos e cursinhos preparatórios. Todavia, chegar à faculdade é uma etapa alcançada, mas não a concretização de um objetivo. Semelhantemente, na fé cristã, quando vencemos uma batalha, logo abrimos mão de outros embates e o tempo nos faz relaxar. O cristão não pode esquecer que está em guerra e que sua luta é contra os dominadores deste mundo tenebroso e, principalmente, contra si mesmo – a sua inclinação pecaminosa que insiste e levá-lo a pecar. Em um ambiente com esta atmosfera, cada cristão tem que estar atento e pronto para a batalha.


5) Não se deixe enganar pelas coisas que está vendo e ouvindo (1Ts 5.21): Não podemos ser como o “cavalo e a mula que não têm entendimento” (Sl 32.9). Deus nos concedeu a capacidade de raciocínio, de pensar, avaliar, redarguir, e, no final absorver ou aceitar o que nos apresentado. Infelizmente, cada vez mais as pessoas estão perdendo esta capacidade de reflexão. A tecnologia pode ajudar na busca de informações, mas atrapalhar o processo de julgar. Muitos dos mesmos evangélicos que estavam protestando em Brasília, foram influenciados pelos seus líderes a votar nos mesmos políticos que agora eles combatem. Acho que a manifestação foi própria e legítima. Mas, não soa como um ar de incoerência? Uma vez ouvi de uma ovelha muito querida que, ela assistia novela porque tal programa ensinava muitas coisas boas para a vida. Tentei mostrar-lhe que estava enganada, mas não houve jeito de mudar sua opinião. Veja, o que diz o economista Alberto Chong sobre e assunto e chegue às suas próprias conclusões (http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI26593-15295,00-ALBERTO+CHONG+AS+TELENOVELAS+MOLDARAM+O+BRASIL.html). Afinal, o que vemos e ouvimos não representa, necessariamente, a verdade. Precisamos ser pessoas capazes de julgar o que acontece ao nosso redor e, para nós cristãos, significa ler, estudar e, acima de tudo, andar em dependência completa do Senhor.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

ADIVINHE DE QUEM É A CULPA????




Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram
 contra o SENHOR e contra o seu Ungido... (Salmo 2.2)


Durante os tempos de estudo no seminário, lembro de uma historinha (um tanto ingênua, afinal) que era contada a respeito do diabo: um certo caboclo que estava andando sozinho no meio do mato, viu aquela funesta figura sentada em uma pedra solitário, cabisbaixo e choroso. No início, pensou em recuar e mudar de caminho, mas curioso diante da situação, criou coragem, foi até ,lá e perguntou: "Ei, diabo, que tristeza é essa?" A resposta pronta foi: "é que hoje em dia, as pessoas fazem tudo de errado e colocam sempre a culpa em mim". 

O princípio continua valendo, todavia, o personagem sentado na pedra poderia ser outro. Tornou-se comum em nossos dias muitas pessoas (principalmente no campo acadêmico) usarem o cristianismo como culpado por grande parte das mazelas existentes na sociedade. Se há intolerância logo ouvimos: “é culpa dos valores judaico-cristãos”. Se há desentendimento, ódio, guerras, perseguição, adivinhe de quem acaba sendo a culpa? Não tenha dúvida: do “terrível” e “malévolo” cristianismo.

Não foi diferente no que diz respeito a um comentário quanto a decisão da justiça italiana que retirou a guarda do filho de um casal daquele país, por considerar os pais velhos demais e, portanto, “egoístas” e “narcisistas” por ter gerado uma criança em idade avançada (cf http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2011/10/27/pais-velhos-perdem-guarda-de-bebe-na-italia.jhtm acesso em 27/10/11). É bom saber que ela foi gerada a partir de um óvulo doado e num processo de fertilização laboratorial. Diante do fato, qual não foi o comentário da Antropóloga e professora da Universidade de Brasília, Débora Diniz: a tentativa de relacionar gravidez tardia a egoísmo "é um valor cristão sobre a reprodução". Sim, a decisão da justiça italiana sobre a guarda do casal é “culpa do cristianismo”, contudo, ela não dá qualquer base para defender a sua afirmação. Afinal, para que? Uma sociedade que se afasta dos valores bíblicos sobre os quais o mundo ocidental se ergueu, não precisa disso: o ódio contra Deus e seu Ungido está na moda.

Sem entrar nos méritos da adoção (talvez até de uma criança mais velha) ou da fertilização “in vitro”, o que quero refletir é sobre a “obra acabada”. Uma vez concebido e já nas mãos dos pais, será que esta decisão terá sido a melhor? E, no que diz respeito ao comentário da Antropóloga, realmente a decisão dos juízes italianos foi carregada de “valores cristãos”?Ora, contra tal pensamento talvez pudesse repetir as palavras de Jesus: Errais não conhecendo as Escrituras. Se realmente o cristianismo estipula a paternidade e maternidade avançadas como egoístas, como explicar o caso de Abraão e Sara e de Isabel e Zacarias?  

Gostaria de encontrar a Dra. Débora Diniz. Gostaria de saber se ela ensina isto em sua Universidade tendo tão pouco conhecimento da Bíblia e dos genuí nos valores cristãos.  Creio que ela nada mais fez do que seguir “a onda” do nosso tempo. Penso que nenhum pastor que crê na Bíblia e, a partir dela, na providência e amor de Deus, permitiria que os pais – independentemente da idade – abandonassem seus filhos. Estes sim, são parte dos genuínos valores (eu prefiro normas) cristãos que, infelizmente, jamais serão divulgados. Enquanto isso, lutemos para defendê-los e repartamos um pouco do sentimento de Paulo sendo considerados “lixo do mundo” e “escória de todos”.


Rev. Laércio Rios Guimarães

domingo, 4 de setembro de 2011


A Melhor Cidade para Se Morar



Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. 
Por isso, Deus não se envergonha deles, 
de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade. Hb 11.16


A rotina da nossa grande a amada cidade, São Paulo, parece ser cada vez mais estressante. Não à toa surgem, vez ou outra, noticias sobre as melhores cidades para se viver no Brasil. Várias estão na lista, entre elas a cidade de São Caetano do Sul no ABC paulista ,  Santos e, também, Águas de São Pedro. Recebendo estas informações, logo fazemos planos, sonhamos em estar lar e, quem sabe, deixar os problemas para trás.

Ah, o desejo pelo paraíso! Que idéia fixa na mente do homem. Um lugar perfeito, onde não haja fome, dor, morte. Onde a igualdade prevaleça entre os homens. Onde a corrupção não exista mais. Há algo que naturalmente existe em nós. Olhamos para este mundo e, lá no fundo, sabemos que o mal tem que deixar de existir. Intelectuais, já há muitos anos, têm tentado buscar a solução na educação, na economia, no desenvolvimento urbano, na melhoria da saúde. Coisas louváveis, mas que não estão melhorando esse mundo no qual vivemos.

Agostinho de Hipona percebeu isso. Viu que este mundo, neste presente ordem, não poderia e não pode ser perfeito. Assim, escreveu a grande obra conhecida como Cidade de Deus, onde mostra uma cidade maior, perfeita e que, no final dos tempos, prevalecerá para todo o sempre.

Entenda, amado irmão, o problema não está na cidade de São Paulo ou em qualquer outro lugar que moremos. O problema está nesta presente ordem, no mal que habita no ser humano, em nossa incredulidade e incapacidade de reagir frente ao caos que nos rodeia. Como crente, eu já faço parte da cidade invisível. Mas, ela se materializará. Eu a verei. Deus a preparou. Eu apenas aguardo este grande dia. Lá o IDH (índice de desenvolvimento humano) não é estabelecido segundo os valores do homem, mas segundo o conceito Divino. Eu já vivo o melhor aqui e agora, não importando a cidade em que eu viva, não importando os recursos que ela me dá. Eu sou da pátria celestial e imprimo, onde quer que esteja, os valores de lá. Desta forma, seja em São Paulo, seja no Rio de Janeiro, seja na Europa ou seja na África, onde o crente está, leva consigo a cidade celestial

Portanto, olhe para esta cidade, Deseje-a. Lute por ela. Faça de sua casa, da sua cidade e do lugar onde você está, o melhor lugar que puder, como se Cristo estivesse ali. E aguarde a manifestação da cidade onde não há dor, nem fome, nem tristeza. Onde o próprio Senhor enxugará cada uma das nossas lágrimas.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Casamento Misto

Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? (2 Co 6.14)

É sempre complicado tratar de temas polêmicos. Mas, cedo ou tarde torna-se necessário falar sobre eles. Por isso o tema de hoje. Sim, é necessário falar-se sobre casamento misto, porque ele tem sido cada vez mais presente e aceito como algo normal na vida dos crentes em nossos dias.  É bom tratarmos disso com maior seriedade, a fim de sabermos se estamos obedecendo a Deus e, ao mesmo tempo, evitarmos dissabores futuros. Aprendamos algumas lições sobre isso:


1) Casar-se com um Incrédulo É Pecado: o texto em destaque mostra de maneira clara isso. O crente é luz, o incrédulo é trevas; o crente é aquele alcançado pela justiça de Deus, o ímpio é guiado pela iniqüidade. Casar-se com um incrédulo é colocar-se em um jugo desigual, é querer seguir um caminho enquanto para o ímpio o caminho é outro. Casar-se com um incrédulo é tão grave e pecaminoso que o texto de Gn 6 mostra que os filhos de Deus se apaixonaram pelas filhas dos ímpios e a iniqüidade aumentou sobre a terra. O resultado foi o dilúvio para acabar com a maldade. Se você pensa em iniciar um relacionamento com um ímpio ou está namorando com um, lembre-se que a Palavra de Deus condena tal relação.


2) Casar-se com um Incrédulo É Tremendamente Arriscado: Se não fosse suficiente ser pecado, casar-se com alguém que não tem a Palavra de Deus como seu princípio de vida é colocar- se em grande risco. Primeiro, porque tal pessoa normalmente pensará em si antes de pensar em Deus e nos outros. Segundo, ele não temerá em separar-se por qualquer motivo fútil. Terceiro, seus filhos dificilmente ficarão na igreja e seguirão a Cristo. E em quarto lugar, dificilmente você conseguirá ter uma vida cristã individual e coletiva.


3) Casar-se com um Incrédulo É Prejudicial à Igreja : Como já disse acima, os filhos de um casamento entre um crente e um incrédulo dificilmente absorverão para si os princípios de Deus. Para tentar fazer isso e até mesmo freqüentar a igreja se não tiver objeção por parte do seu cônjuge, no mínimo não poderá contar com seu apoio. Logo, a igreja passa a ser prejudicada, pois aqueles que poderiam fazer parte do corpo, passam a ficar fora dele.


4) Casar-se com um Incrédulo Exige Disciplina Eclesiástica: Finalmente, se a Bíblia proíbe o casamento misto, se isso desagrada a Deus e na maioria das vezes (e, com convicção e experiência, digo que na grande maioria das vezes) traz problemas para o próprio crente e para a igreja, essa deve tratar com maior seriedade este assunto, pensando até mesmo na necessidade de pública disciplina com os que insistem em levar adiante tal relacionamento.

Que Deus nos ajude a obedecer a sua Palavra a fim de sermos completos, felizes e termos famílias fortes que proporcionam uma igreja forte.

Rev. Laércio Rios Guimarães

sábado, 26 de fevereiro de 2011



    Que Canseira

“E dizeis ainda: Que canseira! E me desprezais,
diz o Senhor dos Exércitos...” Malaquias 1.13

                É muito comum ouvirmos pessoas dizendo que vivemos a era do entretenimento. Nela o que realmente importa é o quanto elas se emocionam, o quanto riem, o quanto se arrepiam, o quanto se distraem. A era do entretenimento requer pouco pensamento, pouca reflexão. Não importa se a diversão é verdadeira ou não, se traz edificação, o que importa é o que se sente na pele.

            Numa era como essa, não há espaço para o monólogo. Muito menos um monólogo que convide a refletir e que condena determinados estilos de vida. A diversão não tem qualquer problema em si. Diria que ela é até mesmo necessária. Mas, há algo errado quando ela vira o centro da nossa vida, quando ela dita toda nossa expectativa e planos. Viramos a medida de tudo, nos tornamos idólatras e deixamos de ter prazer no único que realmente pode trazer este prazer a nós.

            Por isso não é incomum vermos até mesmo na igreja estes adoradores da diversão e tecnologia. Cérebros moldados para serem usados limitadamente, pois não são capazes de ter a atenção necessária pelo mínimo de tempo possível. Mente controlada apenas por um assunto específico, pois ela não é exercitada adequadamente para pensar em outras coisas e em assuntos diferentes de acordo com a ocasião. Intranquilidade que faz o corpo mexer-se desnecessariamente – diria até mesmo o tempo todo – fazendo-o levantar-se várias e várias vezes para fazer-se sabe lá o que. Celulares, “smart fones” que controlam o usuário durante o culto quando deveria acontecer o contrário.

            Quando a Palavra pregada, o ensino dessa Palavra se tornam canseira para nós é porque Deus igualmente é um peso e enfado para nossa vida. O resultado não pode ser diferente ainda hoje: o total desprezo a Ele e, no final, uma vida sem o menor sentido.

Rev. Laércio Rios Guimarães

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Oração Diante da Morte e da Dor

E exultarei por causa de Jerusalém e me alegrarei no meu povo, e nunca
 mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor (Isaías 65.19)

              
                      Senhor  nosso coração está em luto, pois não podemos compreender todas as coisas que têm acontecido. Condoemo-nos com a dor de nosso próximo, choramos diante do sofrimento que se abate sobre nossa nação. São nossos semelhantes, criados à sua imagem e semelhança. Águas furiosas, lama e pedras desceram sobre eles, ceifando-lhes a vida e tirando-lhes os seus bens. Como compreender estas coisas?

                Queremos respostas, mas nem sempre elas são possíveis. Queremos soluções à nossa maneira, mas nem sempre elas vêm. Queremos que a chuva e o sol sempre venham de maneira certa e equilibrada, mas na história desse mundo, em sua presente ordem, as coisas não são sempre assim .

                Por quê, Senhor, por quê tanto sofrimento?  Por quê não sabemos lidar com a morte? Por quê lutamos tanto por um simples lampejo de vida? Desejamos viver, viver em todo seu potencial. Sonhamos em ter, para sempre, as pessoas que amamos ao nosso lado.

                Mas, num abrir e piscar de olhos, tudo se vai. Somos como sombra. Nossa vida é como a neblina que se dissipa. O que construímos com trabalho e suor é consumido. Os entes e amigos nos são tirados e ficam apenas a lembranças, a dor e a saudade que aperta o nosso coração.

                Ó, Senhor, consola-nos! Não permita que durmamos o sono da morte. Não permita que sejamos frios e indiferentes para com os que sofrem. Quebranta-nos!  Abra nossos olhos para vejamos e compreendamos que o Senhor está agindo e tudo está sob o seu controle soberano.

                Acima de tudo, ó Deus providente, que criou todas as coisas e controla as forças da natureza e, igualmente, o coração e o resfolegar do homem - a obra prima da sua criação - cumpre sua Palavra. Faça com que chegue o dia em que não haverá mais voz de clamor e nem de choro. Levanta seu povo para, pela pregação do teu evangelho, levar consolo aos homens. Desperta a igreja para, agora, estender a mão ao que necessita lembrando que a tua mão nunca está encolhida para que não possa salvar. Usa nossos lábios para mostrar a este mundo, onde o mal abre feridas, que este mesmo mal um dia deixará de existir e que tu enxugarás toda lágrima e pensarás toda chaga aberta.

                As lágrimas impedem que vejamos as coisas de maneira clara, mas depois que seus paternais e carinhosos dedos enxugarem-nas, veremos todas as coisas como elas realmente são. Esperamos este dia!
Rev. Laércio Rios Guimarães