sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Oração Diante da Morte e da Dor

E exultarei por causa de Jerusalém e me alegrarei no meu povo, e nunca
 mais se ouvirá nela nem voz de choro nem de clamor (Isaías 65.19)

              
                      Senhor  nosso coração está em luto, pois não podemos compreender todas as coisas que têm acontecido. Condoemo-nos com a dor de nosso próximo, choramos diante do sofrimento que se abate sobre nossa nação. São nossos semelhantes, criados à sua imagem e semelhança. Águas furiosas, lama e pedras desceram sobre eles, ceifando-lhes a vida e tirando-lhes os seus bens. Como compreender estas coisas?

                Queremos respostas, mas nem sempre elas são possíveis. Queremos soluções à nossa maneira, mas nem sempre elas vêm. Queremos que a chuva e o sol sempre venham de maneira certa e equilibrada, mas na história desse mundo, em sua presente ordem, as coisas não são sempre assim .

                Por quê, Senhor, por quê tanto sofrimento?  Por quê não sabemos lidar com a morte? Por quê lutamos tanto por um simples lampejo de vida? Desejamos viver, viver em todo seu potencial. Sonhamos em ter, para sempre, as pessoas que amamos ao nosso lado.

                Mas, num abrir e piscar de olhos, tudo se vai. Somos como sombra. Nossa vida é como a neblina que se dissipa. O que construímos com trabalho e suor é consumido. Os entes e amigos nos são tirados e ficam apenas a lembranças, a dor e a saudade que aperta o nosso coração.

                Ó, Senhor, consola-nos! Não permita que durmamos o sono da morte. Não permita que sejamos frios e indiferentes para com os que sofrem. Quebranta-nos!  Abra nossos olhos para vejamos e compreendamos que o Senhor está agindo e tudo está sob o seu controle soberano.

                Acima de tudo, ó Deus providente, que criou todas as coisas e controla as forças da natureza e, igualmente, o coração e o resfolegar do homem - a obra prima da sua criação - cumpre sua Palavra. Faça com que chegue o dia em que não haverá mais voz de clamor e nem de choro. Levanta seu povo para, pela pregação do teu evangelho, levar consolo aos homens. Desperta a igreja para, agora, estender a mão ao que necessita lembrando que a tua mão nunca está encolhida para que não possa salvar. Usa nossos lábios para mostrar a este mundo, onde o mal abre feridas, que este mesmo mal um dia deixará de existir e que tu enxugarás toda lágrima e pensarás toda chaga aberta.

                As lágrimas impedem que vejamos as coisas de maneira clara, mas depois que seus paternais e carinhosos dedos enxugarem-nas, veremos todas as coisas como elas realmente são. Esperamos este dia!
Rev. Laércio Rios Guimarães